Saudades do tempo em que Battlefield não era tão caça-níquel. É triste admitir isso, mas BF3 saiu em 2011, em 2012 saíram 3 DLCs do mesmo jogo que juntos custam quase R$100, em 2013 tivemos Battlefield 4 (acompanhado com outros 4 conteúdos adicionais) e neste ano, Battlefield: Hardline. A primeira impressão que Hardline deixa é que é excelente, mas nos deixa questionando se é suficiente para um jogo inteiro novo.

O QUE HÁ DE NOVO
Na versão Beta, podemos experimentar dois novos modos de jogo: o Blood Money e o Heist. O primeiro é um pouquinho mais interessante, se resumindo em um briga de polícia e ladrão por uma pilha de dinheiro, os ladrões querem varrer o máximo possível de grana e os policiais querem usá-la como evidência. Já o Heist é muito semelhante ao Rush de jogos anteriores, os ladrões têm que levar o dinheiro do ponto A ao B e a obrigação dos policiais é pará-los.
Na falta de escadas, agora é possível subir através de uma corda para locais mais altos, além da possibilidade de atravessar grandes corredores em que antes você corria muito perigo de morrer através de um mecanismo semelhante à uma tirolesa.
O jogo tem mudanças inteligentes na jogabilidade, são coisas pequenas que o jogador descobre aos poucos e que são uma mão na roda. Agora é possível atirar do banco de trás de um carro, os veículos têm um sistema refeito de colisões, o número de granadas é menor, entre outros aprimoramentos que impactam de forma positiva na experiência.
MAIS DO MESMO
O grande problema de Hardline é que o jogo falha em trazer uma experiência nova. Sim, o título aborda um tema levemente diferente, mas o design dos mapas está bem semelhante, as armas são praticamente iguais, a interface é a mesma, o sistema de destruição teve uma evolução insignificante e o confronto de polícia e ladrão tem uma pegada bem bélica, bem Battlefield 3 e 4. O game não é ousado em nenhum momento e fica grudado na fórmula original.
Como detalhado no parágrafo anterior, a jogabilidade teve pouquíssimas mudanças e em geral é exatamente a mesma, contrariando a minha expectativa de ambientes mais fechados com a possibilidade de criação de estratégias diferentes ou armas diferentes. Ainda estão presentes os confrontos helicóptero vs helicóptero, ainda está cheio de maluco correndo pelo mapa com uma moto entupida de C4, enfim, Battlefield. Vocês conhecem.
Uma das minhas maiores decepções à respeito disso foi quanto ao sistema de destruição. Em Bad Company 2 a destruição era bem mais inteligente, quer matar um inimigo mas uma aproximação de frente é muito arriscada? Quebre a parede em diferentes localizações, confunda-o e domine o local. Já em Battlefield 3 e 4, nesse sentido, tudo é muito mais scriptado, as destruições são mais grandiosas mas ficam previsíveis rapidamente. Por serem títulos de mapas com uma escala absurda e uma pegada diferente é até compreensível, mas um sistema mais livre de destruição ficou faltando em Hardline.
PRIMEIRA IMPRESSÃO
A impressão que ficou após algumas horas dentro do campo de batalha foi que Battlefield: Hardline seria um fantástico adicional para Battlefield 4, justamente por usar a grande maioria de seus elementos sem nenhuma alteração ou melhora. Na verdade, Hardline poderia ser o que o DLC “Vietnam” foi para Battlefield: Bad Company 2 (quem jogou entendeu). Como jogo standalone, continua minimamente interessante, mas o déjà vu frequente relacionado às minhas experiências no BF 3 e 4 me incomoda. Falta coisa nova.
Entretanto, trata-se de uma versão Beta e na final teremos o modo singleplayer feito pela Visceral (os caras por trás de Dead Space), novos modos de jogo multiplayer e diversos aprimoramentos. Confesso que essa versão antecipada me desanimou um pouco, mas ainda tem chão pela frente.
Atenção: Este artigo é sobre a versão BETA de Battlefield: Hardline e deve ser considerado apenas como referência, mas não compre ou deixe de comprar o jogo baseado somente neste texto. A versão definitiva só chega em outubro.
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